Análise

Uma mão-cheia de estreias na Major League Soccer

António Ribeiro / March 5, 2019

O arranque da nova edição da Major League Soccer promoveu naturalmente inúmeras estreias na competição. Entre clubes, treinadores e jogadores novos, o Soccer em Português decidiu elencar cinco dessas narrativas. Eis os primeiros minutos na MLS do franchising caloiro, do treinador dos campeões em título (e principais candidatos), da transferência mais cara do defeso, do mais recente português na prova, e ainda de um candidato ao prémio de Rookie do Ano.

FC CINCINNATI

Visitar o terreno dos Seattle Sounders já é habitualmente complicado para qualquer emblema da Major League Soccer, quanto mais para o FC Cincinnati, que se preparava para consumar os primeiros minutos da sua história na competição. Um plantel recheado de caras novas, que começaram a jogar há pouco tempo juntas, precisa de tempo para amadurecer e adquirir rotinas. Isso foi evidente na derrota por 4-1, que valeu pelo primeiro golo do clube na MLS, um pontapé fantástico do suíço Leonardo Bertone, certamente a melhor unidade dos forasteiros no encontro. O técnico Alan Koch colocou em campo um 4x2x3x1, e assistiu a uma performance possível, com os destaques a virem dos corredores laterais. Se o lado esquerdo composto por Mathieu Deplagne e Roland Lamah acabou por estar em maior evidência pela positiva, Alvas Powell e Eric Alexander desapontaram na faixa oposta.

FRANK DE BOER

Apesar da estreia na Major League Soccer, o técnico holandês já havia cumprido duas partidas oficiais ao comando do Atlanta United, nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, que permitiram ultrapassar os costa-riquenhos do Herediano. Com os ‘quartos’ ao virar da esquina, é natural que as prioridades se alterem, e a deslocação ao reduto do DC United foi reflexo disso mesmo. ‘Pity’ Martínez e Julian Gressel começaram a partida no banco de suplentes, mas mais do que isso, sentiu-se uma ausência transversal de concentração no jogo que estava a decorrer, aspecto muito bem aproveitado por um dos principais candidatos ao título. A derrota por 2-0 poderia suscitar desde logo algumas questões sobre a exibição da equipa, e fomentar críticas negativas, mas devemos esperar por mais jogos de Atlanta United, sobretudo sem a sombra da Liga dos Campeões, para avaliar correctamente De Boer.

‘PITY’ MARTÍNEZ

Como foi acima referido, a transferência mais avultada do ano na Major League Soccer (12 milhões), e a segunda de sempre, começou a prova no banco de suplentes. A pensar certamente na Liga dos Campeões, De Boer poupou Martínez, fazendo-o entrar à hora de jogo, quando a equipa acabava de sofrer o segundo golo. Entrou para oferecer ideias e criatividade a um conjunto eficientemente neutralizado pelo adversário, mas revelou-se muito pouco influente no tempo em que esteve em campo. Um remate perigoso de longa distância ao minuto 69’ terá sido a excepção à regra de uma estreia limitada pelas circunstâncias, mas aquém.

NANI

O futebolista português mais cotado a actuar na Major League Soccer foi outro que esteve no banco de suplentes aquando do pontapé de saída, provavelmente devido ao número reduzido de treinos que teve com a sua nova equipa. A 20 minutos do apito final, e a perder por 1-2 em casa diante do New York City FC, Nani foi chamado, e não demorou muito a causar impacto. Aos 74’, deu início à jogada que resultou no empate, desmarcando Dom Dwyer na perfeição. Nani actuou maioritariamente do lado esquerdo, não tanto num papel de extremo puro, mas sobretudo de centrocampista, e destacou-se pelo seu contributo defensivo. Tudo indica que a posição de segundo avançado será a de Nani, pelo que esta não terá sido uma amostra fidedigna do papel que lhe estará reservado para 2019. Contudo, a atitude e o empenho estiveram latentes nos primeiros minutos do internacional português em Orlando.

FRANKIE AMAYA ANDRE SHINYASHIKI

Frankie Amaya (FC Cincinnati), primeira escolha do Super Draft, não foi convocado na jornada inaugural, pelo que o destaque vai para a quinta escolha de 2019, e um dos candidatos a Rookie do Ano, Andre Shinyashiki. O ponta-de-lança brasileiro alcançou um registo goleador invejável no futebol universitário em representação da University of Denver (51 golos em 83 jogos), e não desperdiçou os seus primeiros minutos como profissional, envergando a camisola do Colorado Rapids. O cenário era no mínimo, desafiante. Rapids e Timbers enfrentavam-se no jogo mais frio da história da MLS (-8 ºC), a neve era muita, e a equipa da casa perdia por 2-3, com a agravante de batalhar com menos uma unidade desde o minuto 27’. O treinador Anthony Hudson decidiu lançar Shinyashiki aos 77’, e o caloiro acabaria mesmo por empatar a partida no último minuto. Um goleador a não perder de vista.

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